Segundo os autores, a obra trata como os profissionais da atenção primária prestam assistência ou desenvolvem ações focadas nas famílias de indivíduos que cometerem suicídio
Professores e estudante da Estácio de Juazeiro do Norte, com a finalidade de fortalecer e fornecer elementos de base para a atuação de profissionais da área da saúde da região, lançaram o livro sobre “Suicídio: Cuidados da Equipe Multidisciplinar da Atenção Básica aos Sobreviventes”. Mesmo o tema sendo ainda tabu para muitas pessoas, e também ao próprio meio dos profissionais da área, o trabalho alerta para as condições emocionais dos envolvidos em situações limite e mesmo de ruptura de uma vida.
A sensibilidade dos autores Daniely Felix de Sousa, Djailson Ricardo Malheiro e Polyana Amorim Cruz Nascimento chama a atenção não apenas para a fragilidade emocional do paciente, mas também daqueles que convivem com toda a situação de impacto da perda.
Segundo os autores, o livro apresenta como os profissionais da atenção primária prestam assistência ou desenvolvem ações voltadas para as famílias de indivíduos por morte autoprovocada, analisando as competências, dificuldades e limitações enfrentadas pelas equipes multidisciplinares que compõem as Equipes de Saúde da Família (ESF), diante dos sobreviventes em casos de óbito por suicídio. Além disso, descrevem-se as práticas das ESF frente às pessoas consternadas pela perda do ente querido.
Segundo Djailson Ricardo, o projeto do livro nasce a partir do Trabalho de Conclusão de Curso, defendido por Daniele, do curso de Enfermagem da Estácio, do qual foi um dos orientadores. Para ele, o trabalho vem a partir da inquietação de como os profissionais, da equipe multiprofissional da saúde na atenção básica, estão ou não preparados para atender, lidar, e acolher o sobrevivente de casos de suicídio. “O que seriam esses sobreviventes, familiares ou pessoas próximas daqueles que morreram de suicídio, ou mesmo tentaram, mas conseguiram sobreviver”, explica.
Uma das constatações dos autores, foi perceber que as equipes de saúde muitas vezes mantêm o foco apenas no paciente, e os familiares ficam nos corredores desesperados, com aquela angústia, inquietação, sentimento de culpa. ““Essa é uma mistura que não dá para ordenar num primeiro momento. Ainda existe, muitas vezes, uma falta de orientação, informação e acompanhamento, sendo possível perceber que esses profissionais não têm, porque na sua própria formação não há discussão desses casos”, afirma Djailson.
O profissional também destaca o tema tabu por conta da questão do suicídio, pois muitas vezes o profissional resiste a falar, discutir, ou mesmo a estudar essa temática. O livro é voltado para todos os públicos, mas direcionado principalmente aos profissionais, acadêmicos e estudantes da área da saúde, sendo uma forma de contribuir com esse olhar para os sobreviventes. “Que essa percepção no acolhimento da atenção básica nos hospitais seja dada, de modo que os atendimentos às pessoas sejam mais adequados”, diz ele.
O livro continua sendo apresentado ao público, e foi lançado através da Quipá Editora. A obra está disponível no site https://quipaeditora.com.br/suicidio-cuidados.
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