Por Elvis Pinheiro, Mediador de Cinema

Cinebiografias fazem sucesso quanto mais fama tiveram seus biografados: neste caso, Freddie Mercury e a banda de rock inglesa, QUEEN.

Bohemian Rhapsody (2018) um filme da velha Hollywood, tanto pelo classicismo da filmagem quanto pela assinatura (quem impõe/orienta como o filme deve ser) que, de fato, é da 20th Century Fox, portanto filme de Estúdio e não de Autor.

O que há de bom? Os atores, as caracterizações, o som, a edição e um show que assistimos na íntegra. Quem gosta das músicas do Queen e quem tem saudades de um tempo que não viveu ou que viveu pouco ou que viveu, mas sabia pouca coisa a respeito, amou o filme! Mas acaba que a trilha é maravilhosa e aí gostamos não do que é Cinema, mas do que é Música, vinda de criadores maravilhosos, os músicos!

No aspecto Cinema o filme deixa a desejar, e muito, porque para falar de um artista que quebrou padrões, que inovou e buscou sempre o caminho diferente e fora das regras estabelecidas, o filme é linear, fácil, digestivo e de uma insalubridade criativa que, repito, nos empolga apenas pelo poder musical dos envolvidos. Aviso direto aos navegantes: se não fosse a meia hora final de Bohemian Rhapsody, ninguém sairia tão emocionado e agitado depois de abandonar a sala (eu me incluo entre estes!).

Para falarmos de um aspecto importante da vida de Freddie Mercury, sua sexualidade, resolveu-se deixar toda a carga romântica, amorosa, do mais puro e perfeito amor verdadeiro para a sua relação heterossexual. Depois, definiu-se como vilão da trama a bicha má, oportunista, inescrupulosa, invejosa e maquiavélica, responsável por desviá-lo do bom e sacro caminho. É fácil amar a garota e é fácil odiar a bicha. A importância de Mary Austin e Paul Prenter por maior que tenha sido na vida real, foi construída no filme de modo tendenciosamente simplificado.

Se as distorções e imprecisões biográficas tivessem servido ao roteiro de modo a dar relevo à uma estética artística e que concedesse mais humanidade aos retratados, valeria. Dá para falar de tudo num filme que já é longo para os padrões de shopping? Não. Mas, se a forma do filme tivesse sido original como foi a vida de seu personagem maior, teríamos uma grande obra complexa que nos faria pensar sobre a vida e a arte, e não que nos acomodasse num universo maniqueísta bastante perigoso sempre e mais ainda nos dias atuais!

P.S.: Ah! E saí alegre do filme e satisfeito! Na minha sessão não houve vaias nos beijos gays e ainda teve aplausos no final.

Vi o filme na sala 3 do Cariri Garden Shopping, às 21h da sexta-feira, 02 de novembro de 2018, ao lado de minha prima, Silvana.

 

*Elvis é Mediador de cinema (Com um extenso trabalho prestado na área da cinematografia do Cariri).

 

 

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