A presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, é a grande convidada da conferência de abertura do I Encontro Regional dos Jornalistas do Cariri, que acontecerá no Memorial Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará. O tema da palestra que acontece na noite da próxima sexta-feira, 19 de outubro, é: “Jornalismo Regional: Demanda Social e Desafio Profissional”. Maria José Braga falará sobre a necessidade de desenvolvimento do jornalismo regional e realizará o debate sobre a crise de credibilidade no jornalismo tradicional, que está diretamente ligada à disseminação de notícias fraudulentas pelas redes sociais.

A atividade é uma realização do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), com o apoio institucional das prefeituras de Crato e Juazeiro do Norte. Também apoiam o evento a Universidade Regional do Cariri (Urca), o Geopark Araripe e a São Geraldo.

 

Mudanças tecnológicas e jornalismo de proximidade

 

Ao longo dos últimos três anos, a mídia tem vivenciado um crescimento na quantidade de novas experiências em jornalismo, sobretudo de sites, e a ampliação do uso das mídias sociais pela imprensa. Tudo isso tem influência no profissional, logicamente, o que permite falar de uma nova geração de jornalistas, que, ao mesmo tempo, precisa preservar a deontologia e a ética profissional, acumula um perfil diferente, com cultura e necessidades próprias.

“Muitos afirmam que esta nova era do jornalismo será marcada pela novidade enquanto normalidade. O raio de ação do profissional se ampliou e se redesenha a cada minuto, fruto da inovação tecnológica, mas também das transformações sociais, prova do dinamismo que assumiu o controle da vida contemporânea”, afirma o secretário-geral do Sindjorce e diretor de Educação da FENAJ, Rafael Mesquita.

Para o jornalista e dirigente sindical, as mudanças tecnológicas e a migração para o digital apresentaram desafios significativos para os modelos que permitem a produção do jornalismo de qualidade. Mas essas mudanças também apresentaram novas oportunidades para fortalecê-lo: o surgimento de novas reportagens, a maior oferta de dados e mais contexto nas matérias e a criação de experiências narrativas mais envolventes. “Ao mesmo tempo, não é só levar o jornalismo para o digital. Tal expectativa demanda organização, não só de equipamentos, mas de linguagens e de tecnologias sociais”, frisa Rafael.

Outra demanda é a de desenvolvimento de coberturas hiperlocais, que produzam engajamento nas comunidades, comenta a presidente do Sindjorce e 2ª Tesoureira da FENAJ, Samira de Castro. “Com população de 2,42 milhões de pessoas, Fortaleza registrou apenas 0,87 veículo noticioso (jornal e site) por 100 mil habitantes, ficando com a pior situação pesquisada entre as 27 capitais do país. Já no Ceará, a situação é ainda mais grave: há somente entre 0,5 e 0,6 por 100 mil habitantes”, explica.

Os dados citados pela dirigente sindical constam no estudo o “Atlas da Notícia”, levantamento inédito, com base em jornalismo de dados, que identificou, que 70 milhões de brasileiros vivem no que foi classificado como “desertos de notícias”. “Ou seja, o Ceará vive um desertos de notícias, ao mesmo tempo em que possui oito universidades com cursos superiores de Jornalismo”, pontua Samira de Castro.

A ausência da imprensa em no território leva também a outra conclusão: em cidades pequenas, médias e até gigantes, como Fortaleza, as pessoas carecem de informação local, levando em consideração que só há a chamada hard news (informações do momento de acontecimentos recentes), mas as demandas macrossociais, culturais, educacionais e etc., que são ultra relevantes para o desenvolvimento local e para a afirmação da cidadania, estão esquecidas. “O levantamento reforça a necessidade de ampliação do desenvolvimento do mercado da comunicação, com mais investimentos em veículos impressos, de radiodifusão e online independentes e fora dos grandes centros. Temas que vamos debater nesse evento regionalizado”, acrescenta a presidente do Sindjorce.

 

Fabiana Moraes e Eder Luís Santana debatem jornalismo subjetivo e identitário

Os jornalistas Fabiana Moraes e Eder Luís Santana estarão juntos na manhã deste sábado (20/10) no Painel “Jornalismo subjetivo e identitário”, que integra a programação do I Encontro Regional dos Jornalistas do Cariri. O painel chega em um momento oportuno para discutir o jornalismo e sua necessária recolocação em um ambiente de fragilidade democrática. Ainda no sábado, acontece uma discussão sobre “Desafios e perspectivas do fazer jornalístico no Cariri”, com profissionais experientes e recém-formados que atuam na região.

Quem são os palestrantes

Fabiana Moraes Professora adjunta Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Núcleo de Design e Comunicação, Campus do Agreste (CAA). Possui doutorado em Sociologia (2011) e mestrado em Comunicação (2005), ambos pela UFPE. É autora dos livros Jomard Muniz de Britto – Professor em Transe (Cepe, 2017); Os Sertões (Cepe Editora, 2009), Nabuco em Pretos e Brancos (Editora Massangana, 2011), No País do Racismo Institucional (Ministério Publico de Pernambuco, 2013), O Nascimento de Joicy (Editora Arquipelago, 2015). Tem como temas de interesse mídia, infoentretenimento, visibilidade, pobreza, sociologia do consumo. É ganhadora do Prêmio Esso de Jornalismo (por Os Sertões, 2009), Prêmio Esso de Reportagem (por O Nascimento de Joicy, 2011); Prêmio Esso Regional (A Vida Mambembe, 2007). Foi três vezes finalista do prêmio Jabuti (categoria livro reportagem, com Os Sertões, Nabuco em Pretos e Brancos e O Nascimento de Joicy). Dirigiu o documentário Dia de Pagamento (selecionado para os festivais de Pirenópolis, Cachoeira e Janela Internacional de Cinema do Recife, em 2016). Faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Já Éder Luís Santana é doutorando no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia (PósCom/UFBA),

onde integra o Núcleo de Estudos em Jornalismo (NJOR). É Mestre em Cultura e Sociedade pelo Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade (PósCultura/UFBA). É autor do livro “LGBT como pauta do jornalismo: visibilidades e limitações”. Formado desde 2005 em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, no Centro Universitário da Bahia (FIB), é especialista em Jornalismo Contemporâneo pelo Centro Universitário Jorge Amado. Trabalha focado em jornais diários desde 2002, tendo atuado como repórter, blogueiro e editor. Entre projetos de destaque está o prêmio Tim Lopes de Investigação Jornalística, adquirido em 2006 com o projeto “Raízes da impunidade: o silêncio contra os inocentes”. Desde 2010 dedica-se também à docência. Foi professor dos cursos de Comunicação da Faculdade Social da Bahia (FSBA), da Faculdade Integrada Ipitanga (Unibahia) e da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC).

A inscrição custa R$ 20,00 e deve ser feita aqui: https://goo.gl/forms/lR64w16VF5NwnVln1

O pagamento da inscrição deve ser feito via depósito bancário identificado na conta do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará, Caixa Econômica Federal, agência 1559, conta corrente: 868-8, Operação 003. CNPJ: 07.340.011/0001-60 ou pelo PagSeguro. O comprovante de depósito deve ser enviado para o e-mail do evento: sindjorce@sindjorce.org.br, com cópia para secretaria@sindjorce.org.br.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO EVENTO:

 

Sexta-feira (19/10)

14h às 18h – Credenciamento

18h30 – Abertura. Palavra das autoridades

19h30 – Conferência de abertura “Jornalismo Regional: Demanda Social e Desafio Profissional”

Maria José Braga – Presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)

21h – Encerramento do primeiro dia

Sábado (20/10)

8h30 – Painel “Jornalismo subjetivo e identitário”

Fabiana de Morais – Professora adjunta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE/Centro Acadêmico do Agreste)

Eder Luis Santana – Mestre em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Mediação: Rafael Mesquita – Secretário-geral do Sindjorce e diretor de Educação da FENAJ

11h – Painel “Desafios e perspectivas do fazer jornalístico no Cariri”

Renato Casimiro – Professor da Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN)

Demontieux Fernandes – Jornal Folha da Manhã

Humberto Cabral – Memorialista

Ana Maria dos Santos Lima, Erivaldo Menezes Vieira e Francisco Pereira da Silva Júnior – Concludentes do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Cariri (UFCA)

Mediação: Samira de Castro – Presidente do Sindjorce e 2ª Tesoureira da FENAJ

13h – Almoço (livre)

14h – Grupos de Trabalho “Propostas para a organização dos jornalistas e do jornalismo no Cariri Cearense”

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

16h – Plenária de aprovação das propostas dos Grupos de Trabalho.

19h – Encerramento

Domingo

9h – Passeio ao Geopark Araripe (livre)

12h – Encerramento

Serviço:

I Encontro Regional de Jornalistas do Cariri

19, 20 e 21 de outubro de 2018

Memorial Padre Cícero – Juazeiro do Norte/CE

A inscrição custa R$ 20,00

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