A Estácio de Juazeiro do Norte realiza, dentro das ações do Setembro Amarelo: mês de valorização à vida, uma programação que inicia com live voltada para a prevenção do suicídio. As ações serão realizadas através do Núcleo de Apoio a Afetados em Situações Extremas do Cariri (Nase) e Laboratório de Tanatologia. No dia 1º de setembro foi realizada a primeira ação, com o lançamento de cartilha de Prevenção e Posvenção ao Suicídio. O Nase é composto por uma equipe multiprofissional com alunos da medicina e psicologia da Estácio.
O projeto se dedica continuamente a levar conhecimento à população e, atendendo ao convite da comunidade, no dia 19 de setembro, o projeto esteve em roda de conversa num terreiro de candomblé, falando do Setembro Amarelo. Foram abordadas por representantes do terreiro questões da espiritualidade e a equipe do Nase fez uma abordagem do trabalho desenvolvido em torno do projeto.
Os debates iniciados neste mês, começaram com o psiquiatra Guilherme Abagaro, professor da Estácio, e o Psicólogo Demontier Guedes, do Nase, contando com a mediação do psicanalista e professor da Estácio, Djailson Ricardo Malheiro, da coordenação do Nase. Durante a realização da live houve a distribuição do material da cartilha em PDF para os participantes. Segundo o coordenador, Djailson Ricardo, esse é um tema extremamente delicado, que requer uma desmistificação por parte dos profissionais para poder tratar da forma adequada. Os índices relacionados à temática têm sido preocupantes. “Nesse momento, principalmente, vemos uma necessidade de debater o assunto, diante de uma nova realidade no contexto de pandemia, e ao mesmo tempo teremos a oportunidade de avaliar esse novo momento”, afirma o coordenador, Djailson Malheiro.
O psiquiatra e professor Guilherme Abagaro trata de um tema relativamente novo, que é a Posvenção. Não é algo tão conhecido, quando se fala em suicídio. Segundo Abagaro, a questão acaba sendo vista de uma forma mais mecanicistas, e até mesmo orgânica de tratar as doenças. “O que se tem que entender é que todo o processo de adoecimento mental tem a ver com as doenças, traumas da infância, perdas, tem a questão genética, e outras situações, e a procura dos serviços de saúde acaba sendo muito difícil”, diz.
Ele sugeriu a necessidade de criar o ambulatório de Posvenção nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Conforme o médico, essas questões relacionadas às políticas públicas devem ser colocadas, e há a necessidade de se formar uma rede com representações para tratar a temática. Além disso, produzir mais a literatura e trabalhar as questões relacionadas ao tratar e o prevenir.
O lançamento da cartilha foi realizado pelo psicólogo Demontier Guedes, autor do trabalho, que também abordou a Prevenção ao Suicídio. A revisão é do Professor Djailson Ricardo. O livro faz parte de uma coleção da Série Diálogos, com o lançamento de 12 exemplares. Ele afirma que uma das ideias é quebrar o tabu relacionado ao Setembro Amarelo, e buscar temas correlacionados, como ansiedade, o estresse, relacionamentos, prevenção às drogas, dentre outras situações que podem gerar uma intensidade de problemas e despertar nas pessoas o ato de tirar a própria vida.
De acordo com o psicólogo, o setembro surge como um alerta, mas há um trabalho que gera uma condição de melhorar a qualidade de vida. Para isso, devem ser intensificadas mais ações, reunir forças para trabalhar a prevenção e posvenção dentro de uma dinâmica construtiva com os órgãos públicos também.
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