O artista e xilógrafo José Lourenço, de Juazeiro do Norte, irá representar o artesanato cearense, no 23ª Mostra Mercado Internacional do Artesanato, em Milão, na Itália, que será realizado de 1º a 9 de dezembro. O artesanato cearense será exposto e comercializado na feira internacional e a Lira Nordestina será a instituição representada durante a mostra. O artesão viaja do Cariri para a Europa neste dia 27.
O artista estará levando na bagagem xilogravuras produzidas pelos artistas da Lira Nordestina, equipamento cultural vinculado a Pró-reitoria Extensão – PROEX, da Universidade Regional do Cariri – URCA. A ida do xilógrafo deve-se a uma parceria como Governo do Ceará, através da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS).
O xilógrafo ainda destaca a sua alegria ao receber a notícia de que estaria em Milão, indo ao exterior pela primeira vez, poder estar representando o artesanato cearense, levando consigo essa grande responsabilidade. Um dos trabalhos que ele irá apresentar será de uma xilogravura que reúne a diversidade cultural e os atrativos turísticos, religiosos e da arte de Juazeiro do Norte e do Cariri.
Artesanato cearense
A participação do Ceará no evento tem o intuito de promover e divulgar o artesanato cearense com foco na ampliação de mercado, principalmente o europeu. O visitante terá acesso ao artesanato cearense em diversas tipologias como areia colorida, argila, fibras vegetais, madeira, papel, metais, fios e tecidos (renda de bilro, labirinto, filé, tecelagem, crochê e bordado), entre outras que serão comercializadas durante os nove dias de evento. Artesãos e entidades artesanais de todas as regiões do Estado serão beneficiados com as vendas dos produtos.
L’ Artigiano on Feira
Há 32 anos o artesão cearense José Lourenço Gonzaga se dedica à xilogravura. O Governo do Ceará levará o artesão para expor e comercializar produtos em xilogravura, da Lira Nordestina, no estande do Estado no evento “L’ Artigiano on Feira. Nascido em Juazeiro do Norte, na Região do Cariri, um dos berços de sua atividade, José Lourenço, hoje com 54 anos, é um dos responsáveis por manter essa arte nordestina viva. José Lourenço aprendeu a fazer xilogravura na Lira Nordestina e hoje é uma das principais referências do equipamento cultural.
Tradição viva
A xilogravura popular é cria do Nordeste com duas escolas principais: Juazeiro do Norte, no Ceará, e em Bezerros, Pernambuco, de onde é J. Borges, um afamado cordelista e xilogravurista brasileiro. Atualmente, José Lourenço é diretor cultural da Lira Nordestina, a antiga tipografia São Francisco. José Lourenço faz a sua parte para manter a tradição da xilogravura viva. Ele se preocupa em passar os conhecimentos para os novos artesãos. “Eu vivo da xilogravura, sustentei e sustento a minha família pela xilogravura. E sempre busco apoiar os novos xilógrafos, através de oficinas e incentivos, para manter essa tradição e não morrer essa arte visual tão importante da nossa cultura”, disse.
Ele vibra em ter a oportunidade de divulgar a sua arte no exterior e acredita ser um passo muito importante para manter a tradição. “Graças a Deus e com o apoio do Governo do Ceará vamos poder divulgar a nossa arte fora do país. Mostrar o resultado da dedicação de todos esses anos. Estamos muito felizes. Essa não é uma alegria só minha e sim de todo um grupo. Ter a oportunidade de mostrar essa arte, ter o nosso trabalho divulgado fora do país. É a primeira vez que vamos viajar pra fora, eu nunca viajei. Só divulgamos nosso trabalho no Brasil”, ressaltou o artesão.
Obras ao vivo
Quem visitar a feira em Milão vai poder ver José Lourenço confeccionando um produto em xilogravura. “As pessoas vão poder acompanhar eu fazendo o produto. Normalmente, leva em torno de duas horas todo o processo, que é dividido em três partes: desenho na madeira, entalhar a madeira e a impressão das obras”, explica. Além de ver todo o processo para a confecção do produto, o visitante da feira vai ter acesso aos produtos da Lira Nordestina. “Vou levar a xilografia em papel, que é a original.
As peças que serão comercializadas vão retratar a Lira Nordestina, a zona rural, o movimento religioso, romaria, vaqueiros, reisado, banda cabaçal, o nosso folclore, teremos xilogravura com cores, a xilogravura mais moderna, que é tipo uma montagem. Vou levar, por exemplo, a Santa Ceia, que demorou quatro meses para ser feita”, destacou Lourenço.
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